segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mobilidade é palavra de ordem em TI

A necessidade que as empresas têm de controlar os processos em qualquer parte do mundo foi discutida em BH.

Os Chief Information Officers (CIOs) de importantes empresas mineiras se reuniram na última quinta-feira, em Belo Horizonte, para mais uma edição do CIO Connection, evento promovido pela Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu-MG) que tem como objetivo discutir sobre o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).


Neste encontro, o tema principal foi mobilidade. Para falar sobre o assunto, Gilberto de Paula Souza, graduado em Tecnologia Eletrônica e especialista em Engenharia do Conhecimento e Sistemas Especialistas pelo Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT), em Boston, nos Estados Unidos. Souza é diretor de Mercados Verticais para Mobilidade Corporativa para o Brasil e Cone Sul da América Latina da Motorola.

Segundo o especialista, a mobilidade corporativa é a quinta onda da informática. "Tivemos a primeira onda da computação, nos anos de 1950; seguida do remodelamento dos hardwares; popularização dos computadores pessoais (PCs) e do advento da internet, já na década de 1980, a mobilidade chega como o novo conceito capaz de revolucionar as relações comerciais entre empresas e governos e atingir a população comum, alterando os mais simples hábitos cotidianos."

Para atender aos anseios das mais importantes corporações do mundo, as empresas de solução em comunicação de dados, como a Motorola, investem cada vez mais na chamada arquitetura da mobilidade. Os programas têm que apresentar capacidade de captura, conexão, comunicação e controle cada vez mais rápidos e seguros. "A informação tem que ser ‘encontrável’ de qualquer lugar. Hoje, é impensável ficar preso a cabos e redes físicas. O acesso tem que ser seguro e imediato. As empresas precisam controlar os processos em suas unidades espalhadas pelo mundo, por isso a mobilidade aparece com a maior preocupação dos executivos em pesquisa feita pelo Instituto Gartner", explica Souza.


Armazenagem - Embora o problema da capacidade ainda não tenha sido totalmente resolvido, já que os aparelhos muito pequenos não comportam a mesma quantidade de dados, o diretor da Motorola avalia que isso, em breve, deixará de ser um complicador. O cloud computing (computação em nuvem) é apontado como uma solução eficiente. "Para as empresas em que a informação não é um produto, o cloud é uma solução excelente porque você tira o pesado do trabalho da empresa, transformando toda a execução em um custo operacional. O risco fica com a empresa prestadora do serviço e o cliente protegido por um contrato de responsabilidade", avalia.

Para o executivo, a palavra de ordem agora é atendimento. A mobilidade se presta à otimização dos processos, facilidades e rapidez para o cliente. Junto com a sustentabilidade o conceito vai reger, cada vez mais, as relações comerciais, seja entre corporações ou entre empresas e consumidor final. " impossível competir fazendo pedidos em papel com o prazo de um dia para que ele chegue à empresa, enquanto outros fazem isso em tempo real por uma conexão via satélite", exemplifica.

A sustentabilidade é outro pilar do desenvolvimento tecnológico. A utilização de substâncias menos nocivas, o incentivo à redução do consumo de papel e o uso consciente da energia elétrica são algumas das ações que já fazem parte da rotina da indústria. "Os custos já não são um problema. As grandes cidades brasileiras já são bem atendidas pelo serviço de banda larga e as empresas acompanham o ritmo tecnológico mundial. O que falta agora é investir na cultura da sustentabilidade e, a partir dela, fortalecer nossa cidadania. O brasileiro já atingiu o patamar de consumidor, agora precisamos ser cidadãos", completa.

Para a superintendente de Tecnologia da Informação (TI) da Unimed-BH, Simone Valéria Borges Bolina, o evento é uma oportunidade de atualização tecnológica. "O tema de hoje não poderia ser mais pertinente. A tecnologia em si não garante o bom atendimento e conhecer as soluções e ser capaz de entender qual a melhor para o seu negócio é fundamental. Em maio, a Unimed-BH vai lançar o seu guia em solução móvel. Isso será um grande serviço principalmente nas situações de emergência", adianta a superintendente.

Avaliação parecida fez o gerente de produção e entrega em Minas Gerais da Embratel, Eustáquio Rocha. "A informalidade do evento acaba facilitando o contato entre os CIOs. Aqui existe uma troca de informações franca que, muitas vezes, se transforma em oportunidades de parcerias e negócios. Os mineiros têm a característica de não se manifestarem muito durante uma palestra, mas as conversas depois rendem muito", diz Rocha.

Já para o IT Manager (gerente de TI) da AngloGold Ashanti, Pedro Augusto de Oliveira, a reunião é uma oportunidade não apenas para conhecer novas tecnologias, mas também de fazer uma leitura crítica sobre a utilidade e sustentabilidade dessas soluções. "O papel do CIO é ter uma visão estratégica capaz de compreender a demanda e encontrar uma solução eficiente e que não seja descartável. Aqui, compartilhamos conhecimentos em busca de sustentabilidade para os negócios e para a vida. A TI, durante muito tempo, não se preocupou com isso e essa é uma grande mudança para todos.  uma nova cultura que chega e que precisamos cultivar", argumenta Oliveira.

Para a vice-presidente da Sucesu-MG, Fernanda Pimenta, o evento cumpriu seu objetivo. "As conversas depois da palestra são o melhor termômetro. Cada um vive uma realidade muito específica e essa troca de experiências revela o desejo de investimento e novas oportunidades de negócios para todos", comemora.

Fonte: Diário do Comércio

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