quinta-feira, 17 de maio de 2012

Minas deve ganhar quatro novos parques tecnológicos


Após seis anos em construção e sucessivos adiamentos na data de abertura, o governador Antonio Anastasia, inaugurou ontem o prédio institucional do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec), no bairro Engenho Nogueira, na região da Pampulha. Na ocasião, o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues, revelou que, além dos seis parques tecnológicos atualmente em fase de projeto e implantação, outros quatro estão em fase de estudo. A consolidação dos projetos depende de aportes da ordem de R$ 150 milhões.
Caso a captação da verba se concretize, seja por meio de negociações com o governo federal, através das emendas parlamentares, ou via iniciativa privada, devem abrigar os novos parques tecnológicos as cidades de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Conselheiro Lafaiete (região Central), Três Pontas (Sul de Minasl) e Uberlândia (Triângulo Mineiro).
Em abril de 2011, o Parque Tecnológico de Viçosa (Zona da Mata), entrou em operação com foco nas áreas de agronegócio, biotecnologia e tecnologia da informação. Tem previsão de inauguração para dezembro deste ano o Parque Tecnológico de Itajubá (Sul de Minas). Os outros três, em Juiz de Fora (Zona da Mata), Lavras (Sul de Minas) e Uberaba (Triângulo Mineiro) provavelmente iniciam suas atividades até meados de 2014.
"Se não fosse pela metalurgia e mineração, a economia de Minas Gerais seria a 14ª do país. Portanto, é necessário atrair empresas de base tecnológica. O BHTec é o pontapé inicial desse processo", afirmou Rodrigues.
Aportes - A implantação completa do BHTec demandará investimentos da ordem de R$ 600 milhões. Para a primeira etapa, foram investidos R$ 35,5 milhões, parte por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), sendo R$ 28,3 milhões direcionados à construção do edifício institucional.

Do governo federal, a contrapartida veio do terreno, avaliado em R$ 20 milhões, cedido pela UFMG, em regime de comodato; e pela Financiadora de Projetos (Finep), que investiu R$ 2,5 milhões na rede de telefonia e dados. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) investiu R$ 7 milhões na infraestrutura viária do parque.

As 16 empresas, que já iniciaram suas atividades no local são das áreas de ciências da vida (biotecnologia, saúde humana e animal), tecnologias da informação e comunicação, de materiais e de processos, ambientais e para entretenimento e cultura, além de energias alternativas. Até o momento, foram gerados cerca de 300 empregos diretos.

Ainda de acordo com Rodrigues, o BHTec envolve uma tríplice hélice, formada pela academia, o governo e iniciativa privada.

"O BHTec tem capacidade para abrigar muitas mais empresas, além das 16 já instaladas no local. Para isso, o parque precisa de prédios, que possam ser ocupados. Por meio da participação da iniciativa privada, será possível agilizar esse processo de construção", destaca o gerente de Projetos Especiais do BDMG, Jorge Leonardo de Oliveira Duarte.

O vencedor da licitação, que irá explorar o parque em um prazo superior a 25 anos, será responsável pelo restante da infraestrutura, além de arcar com uma taxa à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ao parque. Como contrapartida, irá receber aluguéis das empresas instaladas. Posteriormente, o empreendimento será inteiramente administrado pela UFMG.

A previsão é que pelo menos 200 empresas, todas de base tecnológica, se instalem no BHTec. Esse número, por sua vez, pode variar de acordo com o porte delas. Várias, inclusive âncoras, já despertaram interesse em funcionar no local, entretanto, devido a questões estratégicas, os nomes ainda não podem ser revelados.

O professor Robson Santos, integrante do Conselho Científico do Labfar, uma das empresas que já funcionam no local, informou que apenas a sua empresa gera, em um primeiro momento, 20 postos de trabalho. Entre os profissionais contratos, estão mestrandos, doutorandos e doutores. Ele frisou que o principal mercado dos produtos farmacêuticos produzidos aqui está no exterior, com destaque para Austrália e Inglaterra.

Inauguração - A inauguração do BHTec contou com a participação do prefeito Marcio Lacerda, do reitor da UFMG, Clélio Campolina Diniz, e da secretária de Desenvolvimento Econômico Dorothea Werneck. Os parceiros do governo estadual na iniciativa são a UFMG e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A iniciativa tem o apoio estratégico da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG).

O reitor da UFMG, Clélio Campolina Diniz, destacou que um dos principais objetivos do empreendimento é quebrar a barreira que existe entre o conhecimento produzido dentro da universidade e o mercado. Para ele, o BHTec será uma extensão da instituição de ensino, reduzindo a enorme distância que ainda existe entre o mundo acadêmico e o empresarial.

Já o governador Antonio Anastasia reforçou que a data entra para a história de Minas Gerais. Para o chefe do Executivo estadual, o espaço institucional é algo decisivo para o futuro econômico de Minas Gerais e do Brasil. De acordo com ele, com os desdobramentos, será possível se orgulhar de todo o trabalho realizado até agora.

Fonte: Diário do Comérico

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